sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Coisas que deixam saudades



Nasci no “dia das castanhas e do vinho”. Mas nunca fui fã das castanhas (já do vinho...).
Mas agora deu-me uma vontade enorme de sentir o calor dos carrinhos, dos vendedores das castanhas. Confesso que nunca comprei mas sempre achei muito giro. Cá não existem.
Pressinto que se fosse agora ao Porto ia de propósito passear a Santa Catarina. Saía no metro do Bolhão e comprava lá um cone (não sei se é assim que se diz…) feito de jornal ou páginas amarelas. O mais certo era nem comê-las mas sentir-lhes o calor nas mãos geladas apesar das luvas, cheirar-lhes, senti-las estalar. E depois perder-me nos recantos daquela rua de que tanto sinto falta.
Num dia de frio…

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Sótão da Avó



Descobri há dias uma loja que adorei.
Adorei o conceito, o cheiro, as coisas.
Fez-me lembrar, literalmente, um verdadeiro sótão da avó.
Revivi momentos, objectos que estavam recônditos na memória, coisas de infância.
E tem tudo o que se possa imaginar. Desde mobiliário a livros, discos de vinil, jarras, quadros…
Só posso dizer que vou voltar. Nem que seja para sentir o ambiente outra vez.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fashion



Hoje fui à segurança social e o senhor que me atendeu tinha uma imagem no mínimo peculiar.
A primeira coisa que reparei foi no relógio enorme Armani. Até aqui tudo bem, eu até gosto de relógios grandes, estilo masculino, e ando a pensar comprar um. Mas não era assim tão masculino e a pulseira era em pele amarelo-canário.
Mas o senhor dava a noção de saber bem o que está na moda porque combinou a sua camisa roxa de colarinho bastante aberto com a calça preta clássica mas mais para o justo. O melhor é que andava de maneira a achar-se o máximo. Quando foi tirar uma cópia olhou para os sapatos e cruzou os pés a sentir-se no topo da cadeia fashion. Confiança acima de tudo!
O acessório mais in era, sem dúvida, o creme anti-herpético no cimo do lábio superior. Dava um estilo único e impossível de não reparar já que nos 5 minutos que lá estive ele passou-lhe com o dedo umas 15 vezes.
Ao menos divertiu-me!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

You’ve got mail



Adoro receber cartas. Adoro o romantismo associado às cartas.
Estou sempre a espreitar o carteiro.
Entusiasmo-me a ver o remetente, a rasgar o envelope, a desdobrar cuidadosamente o conteúdo…
Infelizmente não recebo tantas como gostaria. As contas e a publicidade são quase a totalidade de um meio que não acho antiquado de todo.
Gosto também de as enviar. Tenho pena é que os selos tenham perdido o formato com bordos picotados. Para mim perderam o carácter.
Em miúda, lembro-me de ter conjuntos de escrita de cartas com envelopes e papel a condizer com motivos florais, coisas de menina prendada, e adorava-os. Escrevia às bonecas, aos desenhos animados… A carta ao Pai-Natal é que teve uma época muito restrita. Fazia-me confusão sobrecarregar de trabalhos um velhote fofo que deveria passar o Natal tranquilamente.
A minha paixão chegou a tal ponto que até já quis trabalhar num posto dos correios. Mas depressa desisti porque as cartas não seriam para mim e não podia ter o prazer de as abrir, de lhes dar a capacidade de me surpreender.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Descubra as diferenças



Toda a gente que me conhece sabe que eu encontro semelhanças entre pessoas muito diferentes.
Melhor, acho muito parecidas, e chego mesmo até a confundir, pessoas que aos olhos dos outros são muito diferentes.
Vejamos o exemplo típico do Brad Pitt e do Tom Cruise. Agora já os consigo distinguir mas já me foi muito difícil.
Neste momento as visadas são as fantásticas atrizes Julianna Margullies e Brooke Shields.
Acho-as parecidas e não só no talento, o que vou fazer?!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Distância



Pode ser relativa.
Estou distante de muitas pessoas que considero muito presentes.
Posso estar perto de alguém e estar muito distante.
Aproximei-me de pessoas depois de estar longe fisicamente. Mesmo depois de ter convivido imenso tempo com elas, agora que estou longe, sinto-as mais próximas.
Há pessoas que sinto longínquas. Foram/estiveram muito próximas mas a distância afastou-as.
Até mesmo a olhar nos olhos posso sentir a distância. Porque simplesmente escolhemos que fosse assim mas não ousamos dizer.
E o amor à distância?
Há quem diga que se for mesmo amor este suporta tudo e pode até mesmo ser fortalecido.
Comecei a pensar como era antigamente, sem telemóveis, nem internet. As mulheres dos baleeiros podiam estar mais de três anos sem notícias dos maridos e teriam muita sorte em receber alguma carta neste espaço de tempo. E o mesmo com os soldados que iam para a guerra. O certo é que a chegada era muito festejada. Será que sempre? As histórias contadas têm sempre finais felizes (agora com os telejornais não é bem a mesma coisa).
Será que hoje em dia pode ser assim? Não contactar com o(a) seu(a) amado(a) durante anos é impensável. O estranho é que o nível das relações não pode ser também comparado. E as distâncias entre pessoas que vivem na mesma casa podem ultrapassar os vários quilómetros. Seria de esperar que com todos os meios que “encurtam as distâncias” essas não se tornassem maiores. A realidade não é bem essa.
No fundo, só interessa saber a que distância está o alguém que está no nosso pensamento. Nele a distância anula-se e será alguém sempre presente. Pelo menos em nós.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Desejos



Hoje apetece-me andar de comboio.
Uma viagem de duas ou três horas, não mais.
Sem destino.
Para olhar pela janela, para observar tudo à volta.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nem de propósito



A minha mãe quer que encha o carro novo com mil e um “adereços” contra a má-sorte, mau olhado, protecção divina, etc.
Mas hoje enquanto ia a conduzir e exactamente enquanto pensava nisso não é que o vidro não queria fechar?! Foi um sinal?! Será melhor não correr riscos nem com vidros com a mania que podem fazer o que lhe apetece (raio de coisas electrónicas sempre a avariar).

Vou ter mesmo que lhe fazer a vontade porque se algo acontecer (três vezes na madeira) a culpa não seja atribuída à falta de consideração. Mas vai ter que estar tudo bem escondidinho porque gosto pouco de coisas penduradas e desarrumadas num carro.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Supersticiosa?



Não gosto de superstições mas ao mesmo tempo fico com apreensão de arriscar.
Não me importo de passar por baixo de escadas, os gatos pretos são-me indiferentes, já parti um espelho… Não considero que tenha ficado azarada.
Mas quando estou à espera de alguma coisa importante tenho receio de falar nela enquanto não tiver a certeza. Fico ansiosa e quero guardá-la mas a possibilidade de não acontecer deixa que as dúvidas apoderem-se do estado. Enquanto espero acabará por chegar. E se for positiva a alegria de contar será maior.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Riscos



Às vezes a coragem para arriscarmos pode partir dos outros.
Quando todos os que gostam de nós nos encorajam para determinada realidade é porque pensam que somos capazes. Mesmo que depois se revele um fracasso fomos arrojados o suficiente e a experiência terá valido a pena nem que tenha sido somente para sabermos, nós próprios, a não duvidar daquilo que estamos aptos. Para nos conhecermos melhor.
Resta-nos acreditar e aventurar-nos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Previsível



Gosto de clichés.
Gosto de comédias românticas porque sei sempre como acabam.
Ando a ler um livro sobre o amor impossível de um padre com uma mulher mais nova. E estou a adorar. Gosto da linguagem, do espaço, e a história só pode terminar de duas formas. É a típica narrativa do amor impossível mas ainda vou à procura de figuras de estilo, de pequenos apontamentos que fazem prever o desfecho, ainda me entusiasma.
Gosto da pressuposição. Não gosto de grandes surpresas. Não sei reagir.
Sinto-me mal com a estranheza e não me dou bem com a indefinição do amanhã.
Suponho que seja um defeito.
Ou então ainda não fui (agradavelmente) surpreendida para mudar de opinião.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Teorias da Conspiração



Estou com a sensação que estão a tentar dar-me a volta. Começou com um pedido de uma coisa minha mas aquando de um aprofundar (subtil) do objectivo não obtive resposta.
Costumo ter razão nas desconfianças afinal porque não há fumo sem fogo mas não quero acreditar porque tenho muita consideração por esta pessoa.
Acho que vou pegar na minha imaginação e inventar qualquer coisa para descobrir o que exactamente se passa. Não aguento ficar na dúvida. E acho bem estar enganada porque detesto que façam de mim parva!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Silent Day



Estou de poucas palavras. (As aftas não ajudam.)
Nem escrevendo elas surgem.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Síndrome da Segunda-Feira



Apesar de esta semana ter um cheiro a sexta-feira continuo de mau-humor.
Por nada em especial. Porque sei que é segunda…
Será geral ou a segunda-feira está mesmo destinada a ser um ódio de estimação? Afinal as coisas boas também podem acontecer a este dia e as más nos outros todos…
O bom é que fiz tudo o que queria e tinha mesmo que fazer e em menos tempo do que previa.
Acho que sou mesmo eu a implicar… Há dias assim… E se é para implicar contem comigo, principalmente se for segunda-feira.

domingo, 3 de outubro de 2010

Pactos



“Daqui a um ano, se continuarmos sem ninguém, tentamos nós.”
Sempre que oiço algo semelhante penso se seria capaz.
Pressupondo que se tratam de amigos, as amizades que “evoluem” podem ser perigosas. As coisas podem nunca voltar a ser as mesmas e não necessariamente acabarem melhor. É certo que nunca saberemos enquanto não experimentarmos mas é inevitável pensar que não queremos nunca perder o que temos com alguém que é tão importante para nós. Tornarmo-nos namorados de ex-amigos é mais doloroso e comum do que ser-mos amigos de ex-namorados. Valerá a pena sacrificar um pequeno amor por grande amizade?
E se afinal aquela pessoa sempre lá esteve porque é que nunca aconteceu? Teremos que impingir ao destino para que ele se sentenceie e decida a favor daquilo que nem nós temos a certeza, de que duvidamos?
Outra questão importante é darmos um limite a nós próprios para “encontrar o príncipe”. Com isso, deixa logo de haver um curso natural das coisas, com o seu tempo próprio, sem pressões nem pressas.
A palavra resignação não me sai da cabeça. Estaremos a acomodarmo-nos quando deixamos ou simplesmente desistimos de procurar? Estaremos a contentarmo-nos perante o desalento ou tudo se resume somente à coragem de querer arriscar?

sábado, 2 de outubro de 2010

Florence & the Machine





Adoro-a mas esta música em particular contagia-me. Faz-me mexer, irremediavelmente.
Há dias que armo-me em bailarina contemporânea (influências do programa do Achas que Sabes Dançar) e salto, os braços soltam-se, a cabeça move-se estranhamente. A distinta coreografia é sempre diferente mas o sorriso apatetado é constante.
Não ligo à letra e limito-me a fluir. Sabe-me mesmo bem!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Despedidas



Hoje apercebi-me que as despedidas são todas difíceis.
Mesmo quando estamos longe e sabemos que alguém se vai mudar para mais longe.
Inevitavelmente vem à memória a despedida física que já aconteceu, aquele abraço que sufoca de um modo afável, aquele sorriso a conter as lágrimas que teimam em soltar-se. Mas por telefone ainda não é possível abraçar.
São ditas coisas que nos ficarão para sempre no coração, são revistos momentos, “as melhores coisas que me aconteceram”.
Gosto muito de ti I.. Nestes momentos as palavras custam a sair-me e serão sempre poucas para declarar toda a minha amizade mas sei que sabes tudo o que sinto. Resta-me desejar a sorte que eu sei que já está “instalada”.
Obrigada por tudo.
E, meus amigos, sejam ainda mais felizes!