Aprendi a falar com o gerúndio no sotaque.
Penso pouco o presente. Tenho muito em mente o futuro e esqueço o actual.
Como perfeccionista olho pretérito perfeito com demasiada importância. Analiso-o desmedidamente. Normalmente o imperfeito nem passa por mim.
Gosto do imperativo. De o empregar e de o seguir. Porque muitas vezes é bom que alguém nos grite ao ouvido o que não queremos ver.
Não gosto do condicional. Os “ses” perseguem-me. Fantasio demasiado no que poderia acontecer, se percorresse determinado caminho. Porque as coisas acabam por não acontecer e se escolhesse outro caminho na encruzilhada poderia ser diferente. As opções aumentam e podem diminuir proporcionalmente à nossa indecisão. Hoje arrependo-me de imensa coisa. E continuo a olhar para trás, a pensar se poderia estar noutro local, e para a frente, se as oportunidades entretanto não se extinguirem. Condiciono audácias passadas, presentes e futuras.