sábado, 19 de outubro de 2013

No Reino da Fantasia


Somos colegas de profissão e por mais pequeno que seja o mundo só nos cruzamos nessas situações.

Aproximava-se o curso. Um curso de um dia, para aperfeiçoamento de determinada técnica. Confesso que já me tinha perguntado se te iria encontrar novamente.

O voo era cedo, muito cedo e ao longe avistei-te no aeroporto. 

Entreolhamo-nos e nada dissemos. Fomos fiéis ao silêncio que sempre pautou e permaneceu até ao final do dia. Mesmo na pressa de acabar pedi-te que me passasses um objeto. Permaneceste inatingível.

Sinto que se trocássemos uma palavra teríamos uma longa e fluída conversa.Partilharíamos ideias, receios, sonhos.

Não terei coragem para uma abordagem. Tive com outro colega hoje. Simples, sem receios nem medos, natural. Giro mas sem faísca. Porque ainda mais nestas coisas a primeira impressão conta. Já percebi que por ti também continuaremos estranhos.

Há sentimentos assim, que permanecerão sempre platónicos, utópicos.


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Amor Bom


"O amor torna-nos bons. Não importa a quem amemos, também não importa sermos correspondidos ou se a relação é durável. Basta a experiência de amar, isso transforma-nos."

Isabel Allende in O Caderno de Maya

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Lixo


Sempre associei uma pessoa que atira lixo para rua como sendo mais velha.

O senhor com os dedos escurecidos e bigode farfalhudo que lança a beata ao chão sem reparar no cinzeiro de rua mais à frente.

A senhora de cabelo grisalho e carrapito vestida de preto que limpa a sua carteira de talões da mercearia e papéis de rebuçados para a tosse na paragem do autocarro.

Talvez porque enquanto andavam na escola não foram instruídos, não havia a preocupação com o ambiente. Simplesmente porque sempre o fizeram e nunca pensaram.

O certo é que estava redondamente errada.

Cada vez mais vejo adolescentes a deixar o plástico das pastilhas no passeio, as próprias pastilhas...

Não compreendo.

Poderia atribuir a necessidade de rebeldia típica da idade e o querer quebrar as regras, quaisquer que sejam essas. Mas no fundo é pura estupidez e falta de bom-senso.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

(I)Maturidade


Pais adolescentes que saem para noitadas ainda posso perceber. Apesar da responsabilidade não querem abdicar das saídas próprias da idade, das festas e social tão importante para se afirmarem junto dos pares. Não concordo mas percebo.

Não concebo pais mais velhos, quase quarentões, que deixam os filhos que já não são bebés, fins-de-semana seguidos para poderem ir para os copos a noite toda. Isso já me transcende.

Os miúdos dormem cedo mas também acordam cedo e não querem pais zombies a um sábado, dos poucos dias em que podem estar mais tempo juntos.