Lembrei-me de uma brincadeira de criança.
Adorava bolinhas de sabão. Mesmo sem os frasquinhos próprios eu ia ao detergente da loiça (cujo nome me fazia sonhar, não sei bem porquê: Sunlight) e com a ajuda de um copo e de uma palhinha (para o leitinho morno antes de deitar) ficava deliciada.
Eram horas e horas passadas no jardim a rodopiar e a tentar imaginar a viagem que elas iriam fazer.
Era inevitável também a molha que apanhava sempre. No meio dos remoinhos o copo acabava sempre por verter. O arrepio do susto e o olhar pela janela para ver se alguém me iria ralhar não me demoviam da brincadeira e lá voltava ao lava-loiças, busca do banquinho para me conseguir equilibrar e nova fórmula mágica.
Era tão bom e hoje, subitamente, apetece-me fazer bolinhas de sabão outra vez, senti-las rebentar na pele e querer levitar com elas até ao infinito.
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