quarta-feira, 14 de março de 2012

As ruas da minha cidade



Vivi longe de casa alguns anos. Longe, com meio oceano pelo meio.

Saí de casa nova, sem idade para tirar a carta. O meu pai sempre me levou onde quis, a horas, os locais eram sempre os mesmos. A cidade não é imensamente grande, uma adolescente só tem interesse em determinados locais. O certo é que nem tomava atenção ao caminho, só a meta é que importava.

Voltei. Há dois anos, habilitada a conduzir.

Ainda me vejo perdida quando tenho que ir a vários sítios. Basicamente tenho que programar a rota, onde deixar o carro, afinal aquela rua só tem um sentido... 

Normalmente ou deixo o carro num sítio qualquer e faço o resto a pé ou, vou dando voltas, até encontrar o local. Assim vou descobrindo novos recantos. Sem mapa porque ainda me confunde mais, sem direcções. Tenho muito esse hábito mas quando se tem horários a cumprir, sítios marcados onde estar, não dá jeito perdermo-nos pelo caminho. Ou ter que sair de casa mais cedo a contar com possíveis atrasos. Ou palmilhar calçada portuguesa de saltos na expectativa de encontrar o sítio e ele é bem mais longe do que estamos à espera.

Gosto de sentir que a minha cidade ainda me surpreende e cada vez gosto mais de cá viver mas ao mesmo tempo podia ser bem mais fácil encontrar(-me).


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