Não consigo esconder dos outros pequenas
coisas, minhas, grandiosas ou não, algumas sigilosas ou as mais banais, que me
acontecem. Não aguento sem contar a alguém.
A razão pode passar por
normalmente serem coisas boas e sentir necessidade de exteriorizar a minha
felicidade ao mundo, àqueles que sei que ficarão felizes também.
Pode correr mal, como já tantas
vezes já aconteceu, (in)sucessos antecipados que nunca sucederam. Mas aquele
momento de surpresa em mim, no outro, partilhado, quase que atenua o fracasso.
Seria de pensar que os segredos
dos outros não estivessem seguros comigo. É exactamente o contrário. Muitas vezes
esqueço-me que sei coisas.
Mas não sou transparente. Escondo
tanto dos meus sentimentos, e esses por mais que me tentem arrancar estão
gravados, legíveis em código, e só quando já não suporto mais é que
eventualmente podem ter uma oportunidade de serem revelados.
Chamo-lhe mistério.
Há quem ache que não é saudável
porque não exteriorizo quando mais preciso mas dou-me mal com vulnerabilidade. É
uma forma de protecção.
Encantadora ou não, sou eu.
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