domingo, 31 de março de 2013

sábado, 30 de março de 2013

Waking Up


Já fui acordada:

Pelo silêncio. Pela minha mãe carinhosamente ou assustada. Pelo meu pai a tentar provocar-me um ataque do coração. Pelo meu mano maroto. Pela minha madrinha em surdina. Pelo meu despertador. Pelo despertador de alguém. Pelo toque de alguém. Com um beijo. Pelos gritos histéricos das crianças no recreio. Pelos enredos das vizinhas coscuvilheiras. Pelo martelar do vizinho. Pelas obras de todos os vizinhos. Pelos saltos altos da vizinha de cima. Pelo bebé do vizinho de baixo. Pelos berros da mãe do bebé a tentar calá-lo. Por cães. Por pássaros. Por carros. Por motas. Por motas sem tubo de escape. Por motas de três rodas. Pelo camião do lixo. Pelo leiteiro. Pelo homem da fruta. Pelo padeiro. Pela campainha. Por alguém a bater à porta, quase a deitá-la abaixo. Pelo telefone. Por sms. Por boas notícias. Por más notícias. Pelo sino. Pela luz do sol. Pela chuva. Pela trovoada. Pelo som do mar.  Pela discussão. Pelas gargalhadas. E hoje, por uma moto-serra (ok, era a máquina da relva do jardineiro mas com o susto parecia mesmo uma moto-serra numa cena de filme de terror).

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sentidos


Pensamentos em quem não devo despertam-me.

Fico a pensar no que nos acorda todas as manhãs. Quando não há despertador, o quarto mantém a escuridão (finalmente) e não há som nenhum do exterior. Os sinos parece que já não têm o mesmo efeito ou podem simplesmente não ter tocado hoje. Afinal é dia de reflexão e religiosamente de silêncio. 

O ritual matinal mantém-se e num misto de preguiça e vontade de fazer mais decido ir num passeio. Ainda penso pegar no carro mas saber que não tenho feito nenhum exercício pesa como uma pedra gigante.

O sol acompanha o vento que se faz sentir e decido-me pela camisola amarela em vez da cinzenta. A encharpe às flores colmata a essência primaveril junto com as sapatilhas de caminhada todo-o-terreno trazidas especialmente para o efeito. Ainda não dispenso a parka, mesmo que a meio caminho tenha que vir no braço. Podia ter dispensado o telemóvel mas mesmo assim meto-o no bolso juntamente com a chave e o cartão. Cautelosamente uma identificação dado que ainda me mantenho quase no anonimato e pode ser necessário, nunca se sabe. Tão cauteloso como o protetor solar que este ano é a primeira vez que me besunta oleosamente a cara.

Penso em voltar atrás para ir ouvindo música. Rejeito a ideia.  Afinal quero calar os pensamentos, não abafá-los.

Sigo em direção ao mar. Por um caminho sugerido mas desconhecido. Como a grande parte dos que agora percorro. 

Pessoas dentro das suas casas seguem os seus afazeres, oiço-as pelas janelas escancaradas, por portas entreabertas.

Quase a chegar ao mar um senhor velhinho está ao seu portão. Agarrado à madeira escura e envelhecida. Segue-me com o olhar gasto e frágil. Mesmo perto dele desejo-lhe um bom dia. Retribui-me quase que atrapalhadamente, não deve estar habituado a muitas falas, que lhe falem.

Finalmente chego à encruzilhada, ao mar. Não resisto e sento-me no muro a olhar a espuma das ondas que rebentam furiosamente nas pedras basálticas escuras e aguçadas. O vento revolta o azul transformando-o em branco. Um branco que contrasta com as flores tímidas que brotam, amarelas, carmim, nos ramos das árvores que teimam em erguer os seus ramos secos ali, perto de um rocio salgado que desgasta qualquer vida.

Enquanto tento decidir em que direção seguir um carro dirige-se para a direita. O desconhecido. Alguém me observa no alto mas calmamente resolvo-me pela esquerda, onde sei onde sairá. Mesmo assim o percurso surpreende-me.

As curvas de eucaliptos dão-me a sombra, as suas folhas arejam o ambiente enquanto libertam aquele aroma que adoro e me faz lembrar a minha escola primária num flashback sentada sozinha na relva, junto a um plátano majestoso, a observar cada pormenor que me rodeia.

A estrada tortuosa revela posteriormente casas seguidas. Modestas com cães acorrentados a casotas lúgubres como as dos seus donos. Galinhas castanhas cacarejam, um galo da Madeira com a crista vermelha ergue-a imponente enquanto passo. Um pato branco descobre-me e não se esconde nem se recolhe como os humanos que encontro e fecham rapidamente a porta à minha passagem. Verdadeiros castelos erguem-se colados àquela realidade e as diferenças podem-se resumir à carteira ou colchão.

Como descrito chego ao destino. Um destino em que o mar parece ainda mais tumultuoso. Onde a rebentação é mais alta e atinge o passeio, os bancos azuis onde tenciono sentar-me. Ficará para um próxima altura, com um livro. A envolvência convida a voltar inúmeras vezes.

Volto pelo mesmo caminho. A alternativa é demasiado oca. Os cães continuam a ladrar. O único que não o faz é também o único que não está preso. O maior, o mais preto, o com a aparência mais amável e meiga. Lembrança que as aparências iludem.

As galinhas já estão à solta e não deixo de pensar em como se deliciariam com as couves verdes que há pouco me fizeram pensar em caldo verde. O galo está exatamente na mesma posição, aparentemente colado como o seu olhar em mim.

Inversamente à descida agora subo sem esforço. Já não encontro o velhote. Em vez de cortar para casa vou em direção à igreja que quero conhecer. Fechada como sempre que lá passo. Nem à porta alguma informação. As portas vermelhas altas fazem-me esquecer outro senhor a quem cumprimentei com um bom dia e que me respondeu resmungão que já é tarde e não manhã. Sorrio para dentro a pensar que a tarde também é dia e que lhe desejo sempre ótimos dias, menos sorumbáticos.

Penso em como será um excelente percurso para caminhar e quando estiver mais em forma aventurar-me na corrida. Mais uma vez não faço nenhum atalho e dou a volta para aumentar o percurso.

Os pensamentos acabaram por se esvoaçar lentamente com a maresia. 

Chego a casa a cheirar a eucalipto, vento e mar.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Boda

 
Desde que descobri este site que vejo o casamento com outros olhos.

Nunca sonhei com o evento, nem com o vestido branco.

A originalidade de todos os apresentados faz-me sorrir.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Onde


 Onde é que ele anda?

Certo é que andamos desencontrados.

Porque nessas coisas a altura certa é essencial.

Podemos nos cruzar em tempos que ainda não são os certos.

Mesmo assim era bom saber que haverá um tempo certo.

terça-feira, 26 de março de 2013

Cena


Fomos convidados para voltar a cena.

A mesma peça, que já sabemos o texto de todos, de trás para a frente.

A que já não podemos ouvir falar.

A primeira. A que nos uniu e nos fez tornar amigos. A que nos divertimos sempre tanto.

Dados os impedimentos físicos, geográficos, temporais e outros que se adivinham haverá um ensaio. Certo certo só mesmo um.

Falta um mês. O mesmo mês que faltava quando nos decidimos novamente. Mas estamos longe. Eu estou longe.

Comecei ontem. O texto continua na ponta da língua. Falta o mais importante: linguagem corporal e as coreografias que serão a última coisa. O que sempre nos dá mais trabalho ficará para o fim.

E tantos outros pormenores, faltam. 

Mas no final a alegria não falta. 

Podia dizer que os aplausos compensam. Em parte é verdade mas nada compensa o tempo de diversão que temos sempre. Que nos preenche aquelas horas e se prolongam desde o nervoso miudinho aos disparates que fazemos desde que começámos, quando éramos uns miúdos tímidos e constrangidos.

É destes momentos que sinto falta por cá. Porque recordo com carinho o que fiz e o que poderia fazer, ao pé de vocês. Porque convosco sou feliz.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Chá Caro


Ando numa fase que bebo muito chá.

Desde o Verão passado que fazia o meu chá gelado e este passou a quente mesmo nas refeições no Inverno. 

Como não sou grande apreciadora de café, quando saímos, sou a sempre aquela que pede chá. 

O que me faz confusão é o preço desta bebida nos estabelecimentos comerciais.

A forma como é servido é imensamente variada e se vem a saqueta por abrir muitas vezes essa é de marca branca. A questão é: acham que pagar 1,60€ é razoável quando nós temos a perfeita noção que daquela marca, por esse preço, pode-se comprar, no mínimo, 10 saquetas?

Sei que há o custo da manutenção da chávena, o açúcar, a água e etc, mas há limites.

domingo, 24 de março de 2013

Incentivo à Leitura


Domingo, por si só, é dia que convida à leitura. Domingo chuvoso ainda mais. Um bom livro, uma manta e chá quente pode parecer cliché mas a mim satisfaz-me.

A minha Rainha preferida incluiu-me num desafio de Incentivo à Leitura.

Sinceramente preciso. Não porque não leia mas porque levo imenso tempo a ler determinado livro. E preciso de algum que me prenda.

Posso atribuir tal fato a imensas razões: falta de tempo, as imensas séries que comecei a seguir e agora não consigo acompanhá-las, os meus blogues de eleição onde me perco em leituras, porque simplesmente adoro levar o meu tempo a saborear cada palavra, cada frase naquelas páginas de papel grossas. 

Acabei há dias o Anna Karenina de Tolstoi. É notório qual livro ando em leitura porque esporadicamente vão aparecendo citações aqui pelo blogue. Gostei. Gostei da envolvência histórica e de como podemos transportar tanto daquela realidade para os nossos dias, como ajustamos aqueles sentimentos aos nossos, prevendo emoções ou surpreendendo-nos com as atitudes que até podiam ser nossas. Se recomendo? Sim, para quem gosta de romances trágicos num retrato de época. 

Logo no dia seguinte comecei no próximo. Mais atual, de uma autora que nunca li, Nora Roberts, mas da moda. Pelo menos foi o que me disseram. Não estava com muita vontade porque sou aversa a modas mas era o único que tinha à disposição. Emprestaram-me sem eu pedir o que se tornaria rude nem dar-lhe uma oportunidade. Uma Pousada ao Fim do Rio ainda não me agarrou totalmente mas a escrita das primeiras páginas convenceram-me a continuar.

Mas o desafio não é falar sobre as minhas últimas leituras mas sim recomendar um livro que ache que deva ser lido, e assim incentivar mais pessoas à leitura. Vamos às regras:

1. Indicar 10 blogues para fazer o desafio. É  proibido oferecer o laço "a quem quiser levar" sem indicar os blogues.

Este é um dos desafios que não custa nada afinal toda a gente tem um livro preferido e todos poderão tão facilmente participar. Sendo mesmo regra, proponho que entrem no desafio: 

Karina sem acento do À caça de gabuzinos
Cláudia L. do E'ventar
Blackbird do Fly, Blackbird
Só Sedas de O Trapo Virou Seda
Essência do Rotina da Alma

2. Avisar os blogues escolhidos e colocar a imagem no teu blogue para apoiar a campanha.
3. Comentar o blogue que te indicou.
4. Responder à pergunta: Qual o livro que indicarias para uma pessoa começar a ler?

Comer, Orar, Amar da Elizabeth Gilbert.

Enganem-se se se viram o filme e vos soube a pouco.

As palavras escritas dizem muito mais.

Não sei se gostei tanto pela fase da minha vida que estava a passar mas certamente vou relê-lo inúmeras vezes.

E não, não é um livro para mulheres. A descoberta própria não distingue sexos e é algo que todos nós passamos.
 

sábado, 23 de março de 2013

Solarenga


 Acordei cedo.

O normal, já me habituei à luz do sol a bater-me nos olhos. Também tenho adormecido cedo. Fora as noites de temporal que o vento vocifera com a chuva que se espalha em gotículas contra os vidros da minha janela.

Adormeci especialmente cedo. Estava exausta física e mentalmente. Afinal o fim-de-semana passado não existiu e pensando que não o intervalo faz falta.

Já tenho o carro funcional. Programei sair até à vila, com uma intenção ridícula de apertar os óculos. Também faltavam-me algumas coisas da mercearia, que podia bem passar sem elas, mas várias pequenas razões quando se acumulam podem-se tornar numa razoável. O sol ainda me deu mais razão. Uma grande. 

Arranjei-me com confiança, a pensar nos pormenores, como já não fazia há muito tempo. Confesso que me tenho desleixado. Sem razão nenhuma, eu sei. Coloquei as lentes, até estreei uma pulseira junto do relógio. Se há vezes que me irrita o som do chocalhar dos vários metais no mesmo pulso, hoje fez-me saltarilhar por se fazerem notar e lembrarem-me de sorrir apesar de já o fazer naturalmente. O sol imperou óculos de sol.

Numa condução com o rádio a falhar e as curvas inconstantes apercebi-me que nunca tinha conduzido até à vila, só tinha sido passageira. Não me assustei e lá fui, sem pressa.

Primeiro às compras. Lentamente como é raro passei pelos corredores. Saí de lá rapidamente até porque o sol chamava por mim. 

Estacionei perto da loja de óculos, mas tudo por aqui é perto, caminhei. Lá a senhora não abundava em simpatia mas eu tinha-a de sobra com o meu bom-humor e acho que até lhe transmiti telepaticamente alguma porque no final até me sorriu. Óculos apertados e lá fui no meu passeio.  Curto mas satisfeitamente.

Na volta, já a conduzir novamente, perdi-me. Claro que não podia faltar mas adoro perder-me e ficar a conhecer novas ruas, novos lugares. Encontrei-me.

E agora estou com um fulgor novo. Tenho a energia para fazer tudo o que preciso fazer, o que ando a adiar, o que já não faço há imenso tempo, tudo:

Um ótimo fim-de-semana!

sexta-feira, 22 de março de 2013

Ficando


Disseste: estou por cá há oito anos.

Estremeci.

Porque foste ficando. 

Foi acontecendo.

E eu, que agora não quero fazer o mesmo, sei que poderá ser uma possibilidade.

Custou-me.

Revi-me.

Inevitavelmente penso até quando ficarei. 

Ainda agora cheguei. Há dias que parece que foi há uma eternidade, outros até se passam bem.

Sei que poderá mudar. É bastante provável que mude. A mesma probabilidade de continuar por aqui. 

Seria tão mais simples simplesmente saber.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Beleza Gradual


Sou péssima com caras.

Não reconheço as pessoas, baralho traços similares e consequentemente confundo-as.

Talvez por isso deixei de me preocupar tanto, assimilo o essencial e a beleza conquista-me gradualmente. 

Consigo encontrar pequenas peculiaridades que me captam. Tenho um zoom individual apurado.

Consigo gostar do que vejo no imediato mas se durante a conversa, os olhares, perder-se o encanto a beleza desvanece-se. 

E também o contrário. Pode não ser lindo fisicamente mas se me conquistar será perfeito, mesmo totalmente, aos meus olhos.

Consigo transformar o lindo em feio muito rapidamente. Felizmente o feio em lindo também.

Gosto de pensar que consigo ver além das aparências.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Sound of Music


Raras são as vezes que trabalho em silêncio.

Normalmente oiço rádio. 

Confesso que estou farta da repetibilidade.

Ontem foi das poucas vezes que trouxe a minha playlist e dei por mim a cantar enquanto trabalhava. Foi tão natural que nem me apercebi.

Espero que não se tenham importado. 

Resta saber se o vou tornar a fazer porque associo aquelas músicas a um estado de não trabalho. E ultimamente tenho tentado separar as coisas.

terça-feira, 19 de março de 2013

Reflexões

 As reflexões conduziam-no à dúvida e impediam-no de ver o que devia ou não fazer.

 Tolstoi in Anna Karenina

segunda-feira, 18 de março de 2013

Sabedoria


Os sabidos são diferentes dos sábios.

Os sabidos acham que sabem. Os sábios sabem mesmo.

Os sabidos sentem a necessidade de mostrar que sabem. Os sábios são humildes.

Os sabidos têm sempre razão. Os sábios duvidam das certezas.

Os sabidos olham a periferia. Os sábios veem o Universo.

Os sabidos já aprenderam tudo. Os sábios têm sede de conhecimento.

Quando encontro sábios no meu caminho absorvo-os. Quando encontro sabidos ignoro-os.

domingo, 17 de março de 2013

Previsibilidade


Quando as convicções são pré-formadas e não dependem dos atos somos todos são iguais.

Quando as conversas sobre todos se tornam análogas, e os discursos são para todos semelhantes, conseguimos prever o que dizem de nós pelo que dizem dos outros.

sexta-feira, 15 de março de 2013

(Des)Prender


Há imprevistos que nos fazem duvidar da nossa competência.

Há coisas que correm menos bem e nos ficam a remoer na consciência.

Ontem aconteceu algo semelhante.

Com a dúvida a toldar-me o raciocínio acabei por dormir cedo.

Acordei com sonhos relacionados.

O corpo imita a mente. A cabeça está pesadamente quente e prostrada funciona em modo rápido. O estômago encolhido enquanto os braços e pernas continuam em movimentos presos num tremer trôpego. A respiração dissimula-se com expirações forçadas num coração comprimido.

Agarrei-me ao galão que só serve para dias complicados, para me aquecer a alma e aconchegar num doce mesmo que ficcionado.

Lá fora a meteorologia imita-me os sentimentos. Um vento revolto numa neblina que não deixa olhar o horizonte mesmo que próximo. A chuva cai miúda mas forte como que a querer refrescar e a trazer uma nova vida.

Continuo presa. Em reflexões. Infundadas ou não continuam. Aguardo um desenlace. Qualquer que seja, num epílogo rematador.

quinta-feira, 14 de março de 2013

quarta-feira, 13 de março de 2013

Aprendizado


Gosto de pessoas que puxam por mim. 

Tornam-me melhor.

Gosto quando fazem com que queira aprender mais, evoluir, crescer.

Não estagnar, acompanhar.

Tomo-o como um incentivo oculto.

Gosto que me desafiem.

Naturalmente, sem pressões, sendo elas mesmas, quando não sabem que têm esse efeito.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Sob Suspeita


A única que pode duvidar de mim sou eu.

Só eu é que posso questionar-me

Os outros não têm autorização.
 

domingo, 10 de março de 2013

Primavera


Dei-me conta que a Primavera está a chegar.

Mesmo que a meteorologia não a prenuncie.

E como eu gosto de como a Primavera me faz sentir: solta, livre... 

Pinta-me a alma com cores lindas e torna-me feliz.

sábado, 9 de março de 2013

Inseguranças


Às vezes gostava de não trazer trabalho para casa.

Não falo da necessidade de estar continuamente a estudar, a melhorar-me mas do estar constantemente a pensar no que fiz, de como poderia ter feito, se vai correr tudo bem.

Sei que preocupar-me tem que fazer parte até porque lido com pessoas mas chega a ser esgotante.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Procrastinar


Andei o dia todo a ansiar o fim do dia.

Apetecia-me ficar no sofá com manta e séries, a procrastinar, a olhar para o mar revolto pelo vento forte.

O certo é que nunca estamos bem quando o estamos. Tanto que em dias calmos e de pouco trabalho quero ter agenda cheia. Hoje com dia preenchido só penso na inércia.

O bom é que o fim-de-semana chegou finalmente e é certo que deprima por não querer fazer nada do que devo e salte de contente porque posso fazer o que me apetece, nada.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Ficar


 Fui uma semana a casa.

Uma semana para nunca parar. 

Para ver todos, grandes e pequenos, ir a todo o lado, perto ou longe.

Saboreei cada momento, degustando cada passo, cada movimento, cada olhar.

O mau tempo acompanhou-me sempre bem como a boa-disposição, as conversas e risos.

Assuntos pendentes, afazeres agendados, os inesperados, todos feitos com um sorriso e satisfação de dever cumprido.

Soube a pouco? Não. Soube-me a tudo.

Fiquei com pena de voltar? Ainda não. Porque sei que sou capaz e a próxima viagem será ainda mais especial.

Ficar, onde quer que esteja, não é definitivo, só até decidir partir.