Nunca. Nem que ela peça, grite, implore para a deixarmos sozinha. Nem que não falemos, estejamos quietos. Só ali, com ela. Que ela saiba que estaremos sempre.
Foi-nos ensinado, desde pequeninos, que as princesas têm o seu príncipe que do alto do seu cavalo branco luta com bruxas e dragões até que nada mais os incomoda, casam e são felizes para sempre. Mas o que nos devia ser contado não seria a parte entre o casamento e o felizes para sempre? Essa é a parte que nos faz falta aprender.
Já sabemos que o sapatinho de cristal até se pode perder no intermédio do namoro mas não é depois do casamento que surgem muitas maçãs envenenadas? E como se resolve? Encontra-se outra princesa ou príncipe sem cara de sapo? Assim todo sentido de luta foi vencido por um fiador tão pequeno como as discussões sobre filhos, sogros ou até mesmo o jantar queimado.
Resta saber o limite para discutir, para saber onde termina o nosso reino, esquecer madrastas coscuvilheiras e se o amor por si só nos faz felizes para sempre.
Cada vez mais acredito na força de nós próprios para nos curarmos. Remédios improváveis.
Há quem não acredite nos químicos de laboratório e o seu chazinho de uma ervinha do quintal (ou do supermercado) seja a sua salvação daquela tosse ou dor.
Mas as dores são curáveis até com um sorriso. Daqueles sorrisos sinceros, de nada, de tudo. Vamos na rua e o sol e a brisa faz-nos sentir óptimos apesar daquela constipação (não gripe da moda).
Encontramos pacientes que não passam sem o seu actimel ou a mezinha da avó. E acreditam mesmo. E eu acredito neles. O primeiro passo para a cura é não pensarmos na doença. Há um colega meu que me encheria das suas teorias farmacológicas e princípios activos mas eu, apesar de ciência, acredito nestas coisas simples.
Quem não se lembra das suas valentes faringites, otites ( e todas as –ites) de criança que se curavam com aquela companhia que era o ursinho de peluche que nos falava ao ouvido e dizia que a noite ia passar rápido e na manhã seguinte nem nos lembraríamos daqueles remédios amargos que vinham numas saquetas brancas com letras azuis e que custavam tanto a engolir. Aquela tortura que vinha de hora a hora que era o medir a febre com aquele gélido termómetro ainda a mercúrio que contrastava com as quentes palavras do pai numa cara sôfrega mas com um sorriso que nos fazia sentir tão acarinhados e a única coisa importante no mundo.
Sou a favor dos abraços, dos sorrisos, dos carinhos, das palavras. Não só para curar mas também para serem uma constante. Afinal são as vitaminas que toda a gente devia tomar todas as manhãs.
Esta semana tem sido difícil. Devo ter escolhido mal a altura para começar com este novo... não sei o que lhe chamar... projecto? não... Ou se calhar é mesmo bom para desabafar, para distrair, pensar noutras coisas embora os pensamentos sejam chatos e pareçam que voltam sempre ao tema que não queremos.
Deixo as questões a que ando a tentar responder:
O que fazer quando algum amigo nos está constantemente a desiludir? Será que podemos ter amigos maus? Ou maus amigos? Mas e se continuar a gostar deles sou só tonta? E se continuar a não lhes confrontar e dizer que não gosto de certas atitudes sou parva por levar desaforos para casa?
Eu continuo tonta mas custa-me muito discutir com amigos, mesmo sabendo que eles não têm razão.
Isso leva a outra situação: Por que é tão difícil falar com quem gostamos de coisas que nos incomodam ou adoramos neles?
Detesto as terças-feiras. Todas as semanas tendo contrariar a tendência mas acabo com a mesma sensação. Ainda é manhã e já sucumbi à ideia que até ao final do dia não deve melhorar muito. O que vale é que as próximas terças são feriados :)