terça-feira, 24 de setembro de 2013

Amor assim


Sempre que falamos, fala-me dela: a companheira de mais de meio século.

Perdeu-a para o Alzheimer, mesmo antes da morte física.

Perdeu-se também a ele, porque o nós desapareceu dando lugar a um eu solitário.

Sempre que se refere a ela emociona-se.

Sente-se nos seus olhos azuis baços pelo lacrimejar a dor mas principalmente o carinho e amor que não morreu com ela.

São nesses gestos, nessas constatações que esperamos por um amor eterno, que eventualmente voltará a unir para sempre aquelas duas almas ligadas por um amor intemporal.

(Qualquer semelhança com The Notebook é mera coincidência).

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