Amanhã vou voar. O tão esperado regresso a casa outrora tão desejado agora não é minimamente entusiasmante.
É engraçado que perante as mesmas situações em diferentes alturas nos sintamos tão diferentes.
E o pior é que me sinto mal por não partilhar da alegria dos que anseiam a minha chegada.
Já estou tão habituada a uma vida que ainda o ano não começou bem vai mudar drasticamente que me apetece prolongar cada segundo nesta cidade que adoro. Custa-me deixar os meus hábitos, os meus momentos e voltar à terra me faz lembrar que daqui a pouco tempo será definitivo. É quase uma antecipação do futuro.
Normalmente é ao contrário. As pessoas vêem-se obrigadas a sair do seu cantinho e não aguentam de saudades e querem muito voltar. Eu já fui assim mas agora se pudesse ficava. Mesmo sabendo que as coisas não serão as mesmas? Não. E é por isso que não vou ficar, vou voltar e vou pintar o futuro que me foi apresentado numas linhas muito ténues. Tento pensar que as coisas que queremos muito numa dada altura podem não surgir mas que as que parecem as piores oportunidades podem se revelar as mais surpreendentes experiências. Espero que seja assim.
A euforia de fazer a mala há uns tempos atrás foi trocada pela preguiça, até não poder adiar mais. Tem mesmo de ser agora.
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