sexta-feira, 23 de abril de 2010

Podes fugir mas não te podes esconder



Há uns dias reencontrei num almoço de família uma parte desta que deixou de fazer parte da minha vida. Acabava por conviver com eles cerca de dois dias por ano, estes últimos anos. Porque mudei de localidade, porque acabei por superar as expectativas que eles tinham para mim, porque as suas vidas não tomaram o rumo que eles tinham previsto para alcançar o seu tão almejado sucesso. Durante todo este tempo contam-se pelos dedos as palavras proferidas naqueles encontros forçados. Soube mais tarde que todos acharam que eu agora que regressei estou muito diferente. “E para melhor. Já brinca e tudo.” Sei que não é assim. Não fui só eu que mudei. É engraçado como moldamos as coisas para nos parecerem que nós estamos correctos, agimos da forma correcta. Todos crescemos, todos somos forçados a tomar decisões que nos mudam.
Não nos escondermos, sermos quem nos transformamos, quem escolhemos ser. Há quem se desiluda connosco mas há quem goste de quem nós somos. Não vou mudar para agradar ninguém que não eu.

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