Desde que tirei a carta que noto que olho muito pelo espelho retrovisor. Acho que é receio de estar a “incomodar” alguém que vem atrás. Tento adivinhar se esse alguém está com pressa e me tenta ultrapassar ou vem descontraído, a passear.
Mas agora descobri uma razão para tal, quase freudiana.
Sempre pensei muito no passado, sou saudosista. Gosto de olhar para trás, relembrar momentos felizes, aprender com os erros…
E agora, num filme (My one and my only) surgiu a frase:
“Nunca olhes para trás. Não interessa o que está atrás de nós mas só para onde queremos ir.”
E tudo fez sentido. De agora em diante vou olhar mais para onde quero ir.
Estão verificadas as condições ideais para a formação de um arco-íris.
Está um sol que irrompe através de nuvens carregadas num halo quase divino e celestial. Chove fugaz e intermitentemente. Nos intervalos há uma humidade que oscila sobre nós na forma de pequenas gotículas que nos refrescam a face, que se acumulam nas pétalas e ramos. Não consigo deixar de afigurar imagens de locais onde poderão estar a acontecer, neste momento, arco-íris. Nos vales, perto das lagoas, em caminhos de terra onde esta não resvala à passagem.
Sempre adorei a sua mística. E não pelo pote de ouro. Antes de me explicarem o fenómeno da refracção da luz e decomposição da luz branca acreditava mais numa história só minha. Não sei como surgiu mas sonhava que seria uma porta para um mundo desconhecido e maravilhoso, como um escorrega para que os anjos descessem directamente do céu, das nuvens, para o “seu refúgio”. Pode parecer ingénuo mas ainda hoje, quando vejo um, ou penso nisso, essa é a imagem que me abraça. E não consigo deixar de acreditar que:
Somewhere over the rainbow
Skies are blue,
And the dreams that you dare to dream
Really do come true.
Detesto quando envio uma mensagem que depreende resposta e esta demora.
Principalmente de alguém que nos faz sorrir sempre.
Sei que pode estar a fazer algo importante ou não ter visto o telemóvel mas mesmo assim o meu olhar e ouvidos estão muito atentos ao pequeno aparelho . Eu também demoro a responder muitas vezes...
Sei que não sabes que este sítio existe mas continuo à espera!
Afinal não era assim tão previsível e gostei bastante.
Mas tive que fazer batota. Mais uma vez não resisti. Quando estou entusiasmada vou à última página e leio uma frase. Às vezes é o suficiente para saber como termina. Outras não, e como volto atrás estou sempre à espera que faça sentido. O chato é que a surpresa pode ser revelada muito cedo e cair na total desilusão, não voltar a ler. Mas nunca me aconteceu, no máximo, tenho que me habituar à situação e ir tentando perceber a razão, o sentido.
Voltando aos Pássaros Feridos, como é um enredo com imensas personagens não dá para haver só uma surpresa. A pluralidade de cenários e de personalidades com descrições precisas e concretas que nos transportam para “lá” faz com que apesar do tamanho não percamos o fio condutor e acompanhemos tudo sem cansar.
Vi que foi adaptado (não sendo totalmente fiel) para uma mini-série dos anos 70 com algumas “lendas” de Hollywood mas não fiquei com vontade de ver. Gosto de guardar a minha visão.
E já comecei no próximo. Decidi regressar aos clássicos. E aquele que nunca me desilude e ainda me faz apaixonar mais: Eça. Descobri uma 5ª edição de 1907 de O Mandarim. Já me estou a deliciar com o português bastante antigo com bem mais apóstrofes do que agora (não arcaico e de fácil leitura até), com papel amarelado e áspero, com a capa rugosa e dura, com cheiro característico que me transporta para outro tempo.
Choveu o dia todo mas a nuvem negra está mesmo encima da minha cabeça.
Não começou bem, a piada não teve graça, tive que cancelar algo que estava à espera há imenso tempo por uma coisa que já me anda a importunar há muito mais.
E se pensava que piorar era impossível a trovoada apareceu. Raios e trovões (muitos coriscos pelo meio).
E se amanhã me dizem que o anticiclone vai condicionar o estado do tempo eu duvido porque é daqueles dias que se põe tudo em causa, se duvida de tudo e principalmente de nós.
Vou esperar pela bonança após esta tempestade mas a paciência tem limites e hoje já teve a sua dose mais que razoável.
Hoje encontrei um antigo colega de escola. Ele foi namorado de uma (antiga) amiga mas nunca conversamos muito. Éramos simplesmente cordiais. Ele era muito simpático e eu tentava porque a timidez muitas vezes não deixava.
Fugazmente cumprimentamo-nos: sorrimos e dissemos olá.
Ele está exactamente na mesma. Impossível não reconhecê-lo.
Por acaso já me havia lembrado dele há uns tempos. Morámos muito perto num local onde toda a gente se conhece e numa altura ou noutra pensamos no que será feito de algumas pessoas. Principalmente porque os casamentos agora são uma constante, (in)conscientemente gostamos de saber o que fazem, em quem se tornaram quem passou por nós. Principalmente, se era previsível no tempo em que nos conhecemos, se dava para perceber enquanto miúdos no que nos transformaríamos em adultos.
Continuo a não saber nada dele mas pareceu-me bem.
O que mais me marcou foi que ele se lembrou de mim e exteriorizou isso. Ele que nunca me foi muito próximo. E tem-me acontecido encontrar pessoas com quem me dei muito bem, convivi muito, que fazem questão de não cumprimentar, de mudar de passeio, ou de fazer um sorriso amarelo. Pessoas que (me) esqueceram facilmente.
Talvez seja por isso que agora sou mais “selectiva” (não é bem esta a palavra) nas pessoas que me rodeiam. Porque não sinto a necessidade de agradar, porque valorizo mais o futuro e não o presente. Porque não quero pessoas no agora e que depois desaparecem. E muitas já desapareceram. Creio que é crescimento, evolução, muitas vezes necessidades ou até imposições. Se bem que aprendi muito com os desaparecidos e estes vão continuar a ter, pelo menos da minha parte, um sorriso. Não a fugir, muito menos de imposição ou prepotência. Simplesmente porque já me fizeram sorrir em alguma altura e eu raramente me esqueço.
Talvez por ser desconcertante, por não ser o habitual, pelas pessoas não agirem conforme “os padrões sociais”, fazerem a "coisa certa" afinal pouca gente o faz.
Adorei o humor e as interpretações excepcionais (os actores que interpretam o Mark e o Eduardo principalmente). E se restavam dúvidas que o David Fincher é genial (eu não as tinha) estas esvoaçam-se.
Senti-me pequenina mas não me incomoda. Talvez devido ao tema polémico e tão actual.
Gostei mesmo mas também acho que muita gente não vá achar piada nenhuma.
Sim, o planeta é de todos e se todos fizerem a sua parte as coisas não serão tão más para os que vierem depois de nós. Afinal são pequeninas coisas que não custam nada.
Nessa onda, achei uma boa ideia os jarros purificadores de água. Poupa-se plástico e pode-se beber água que vem da torneira.
Não é que o meu pai que já estava quase a ser convencido, pelos óptimos ecologistas que são os filhotes, me diz que viu uma reportagem em que a DECO declara que é tudo um embuste, que os filtros são uma ilusão e não filtram nada.
A dúvida instalou-se. Pensei que os filtros vendidos nos chineses podem ser mesmo uma marosca mas não haverá uma certificação adequada? Ou terá sido a indústria de engarrafamento de águas que lançou a polémica com a possibilidade de afecção do negócio milionário?
Tenho que investigar mas agora persuadir o papá vai ser muito mais difícil…
Não gosto de dizer que as tecnologias estão a ultrapassar-me.
Sinto, ao assumir, que estou a ficar velha. E recuso-me a tal!
Mas o certo é que há certas coisas que não consigo acompanhar. Porque não quis e agora já estão um passo à frente.
Muitas vezes até tenho que pedir para me “explicarem como se fosse muito burra”. Valha-nos a simpatia e óptima capacidade de comunicação de certos vendedores que das duas uma: ou me tratam mesmo como uma burra, mas pronto até fico a perceber; ou então ainda sabem menos que eu.
Os meus telemóveis ainda não são touch nem têm aqueles softwares complicados. Não sei a causa do alarido com o iPhone quando ele me parece igual aos outros todos nem com Blackberry que com aquelas teclas minúsculas parece-me sempre que mesmo com os meus delicados dedinhos vou teclar sempre mais que uma ao mesmo tempo.
Não sei a utilidade do iPad. Dá para ler livros. Chamem-me antiquada mas gosto de livros papel. Dizem-me que é menos ecológico. Será? Todo aquele lítio nas baterias pode ser reciclado, e a energia para o carregar não tem origem eléctrica que na sua maioria vem de fontes não renováveis? Eu e o papel temos uma óptima relação. Já quando estudava e os professores insistiam em slides tudo menos imprimíveis tinha que estudar pelo computador. Era um suplício. Estudo a sério tem que ter papel, cores, canetas, lápis, marcadores e tudo muito sublinhado e com anotações e esquemas (desenhos também) à mistura.
Gosto de GPS. São úteis e parecem-me fáceis de utilizar.
Não percebo a mania dos gadgets (lembro-me sempre do Inspector Gadget). Ir a Nova Iorque comprar o novo modelo de não sei o quê que só vai ser lançado não sei quando em Portugal. Mas não tem a aplicação X e Y porque estas estão limitadas geograficamente.
Gosto da Wii. Gosto do Meo. Também são coisas inovadoras. Gosto dos fornos com auto-limpeza e dos congeladores sem gelo. São muito úteis.
Vou parar por aqui. Ainda me acusam de anti-publicidade!
A imagem ainda não é deste ano e apesar de um bocadinho desfocada mas não resisti à ponte D. Luis I como pano de fundo (e como eu gostava de ter este pano de fundo neste momento...). Mesmo assim fica o link para quem estiver interessado na Daddy Cool deste Natal.
Só se começa com a certeza que é mesmo época natalícia com a chegada da grande figura do Natal aos anúncios de TV.
Engana-se quem pensa que me estou a referir ao velhote de barbas brancas que trás presentes. As crianças de hoje reconhecem outro ícone: a Popota!
Só vi o novo anúncio hoje mas, como nos últimos anos, sem palavras…
Agora só fica mesmo a faltar a Leopoldina.
*já estou mesmo a ver que quando chegar mesmo mesmo a altura vou falar de outra coisa qualquer
Não é que as iluminações/decorações de Natal nas ruas de Ponta Delgada começaram em Setembro!
Estou ainda de t-shirt e vejo já bolas, presentinhos, luzes e pais-natais…
Dizem que é da crise. Para não colocarem os trabalhadores do município a fazer horas extra.
Resultado: os presentinhos já estão a ser desembrulhados pelo ventinho agradável e quando este se transformar em rajadas poderosas vão cair do céu embrulhos gigantes, literalmente!
E aí para compor os estragos as horas extra não vão poder ser desculpa.
A crise parece ser também desculpa para o fraco gosto decorativo. Parece que aproveitaram os restos das decorações dos outros anos nas últimas décadas e cada rua tem uma cor diferente.
Sem dúvida, vai ser um Natal com muita diversidade e bem colorido.
Eu sei que as coisas na sua época têm (melhor) sabor que noutra altura não.
Mas não resisti até porque foi de chocolate e tradicional tradicional só aquele com as frutas todas cristalizadas. Assim não conta, certo? Até porque não senti o cheirinho a Natal. Foi mais gulodice do que outra coisa… Não resisto ao chocolate, mea culpa!
Conduzi até casa, o caminho todo, a cantar. O sol estava a pôr-se e o alaranjado do céu era lindo. De um lado o mar, do outro, um verde pintalgado de branco.
A mudança da hora fez-me relembrar as cores do anoitecer mais frio.
Há momentos que queremos tirar uma foto cerebral e guardar. Limpei os pensamentos e desfrutei do quadro pintado com as minhas cores.