segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Pássaros Feridos



Acabei-o. Até fui rápida o que não é costume.
Afinal não era assim tão previsível e gostei bastante.
Mas tive que fazer batota. Mais uma vez não resisti. Quando estou entusiasmada vou à última página e leio uma frase. Às vezes é o suficiente para saber como termina. Outras não, e como volto atrás estou sempre à espera que faça sentido. O chato é que a surpresa pode ser revelada muito cedo e cair na total desilusão, não voltar a ler. Mas nunca me aconteceu, no máximo, tenho que me habituar à situação e ir tentando perceber a razão, o sentido.
Voltando aos Pássaros Feridos, como é um enredo com imensas personagens não dá para haver só uma surpresa. A pluralidade de cenários e de personalidades com descrições precisas e concretas que nos transportam para “lá” faz com que apesar do tamanho não percamos o fio condutor e acompanhemos tudo sem cansar.
Vi que foi adaptado (não sendo totalmente fiel) para uma mini-série dos anos 70 com algumas “lendas” de Hollywood mas não fiquei com vontade de ver. Gosto de guardar a minha visão.
E já comecei no próximo. Decidi regressar aos clássicos. E aquele que nunca me desilude e ainda me faz apaixonar mais: Eça. Descobri uma 5ª edição de 1907 de O Mandarim. Já me estou a deliciar com o português bastante antigo com bem mais apóstrofes do que agora (não arcaico e de fácil leitura até), com papel amarelado e áspero, com a capa rugosa e dura, com cheiro característico que me transporta para outro tempo.

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