A A. veio. Visitar-me, com a
desculpa de vir a um congresso.
Veio no voo com o M. de quem eu
já sentia saudades de “ter” na sua essência. Mal sabia eu que nos íamos
aproximar tanto. Os três.
O reencontro após quase dois anos
foi tão natural como se nos tivéssemos abraçado no dia anterior. Não deixou de
ser sentido porque as saudades eram muitas. As conversas que se seguiram foram
igualmente cúmplices, os silêncios expressivos, quase inexistentes visto as
gargalhadas preencherem o dia. As gargalhadas e a música do rádio do carro,
cantarolada pelas duas num coro desajeitado.
O temporal dos dias anteriores
fazia agourar que não ia dar para sairmos muito. Ela já conhecia a ilha, não
era importante. Estávamos enganadas. O tempo foi de sol e calor os dias todos,
o que por cá é milagre. Brincámos que ela trouxe o bom tempo com ela, tinha
subornado S. Pedro. E agora que recomeçou o nublado habitual começo a acreditar.
Andámos muito de carro. Mesmo com
a minha condução atribulada. Mesmo com toques e riscos no carro, saltos de
passeio. Se a assustei ela disfarçou muito bem. E dava dicas (hoje já
estacionei de marcha atrás!). Mas também caminhámos muito. Muitos quilómetros
feitos.
Ficámos incrédulas com o
atendimento de alguns empregados (“lista?!”, “a entrada é paga!!!”) mas as
paisagens distrairam-nos da má-criação.
Fotografámos tudo. A natureza. Nós.
Desenvolvi bem a técnica do braço esticado. Muitas saíram desfocadas, com meia
cabeça, olhos fechados… Não nos fazia diferença. Rimos com o resultado e
voltámos a tirar. O importante era gravar o momento na memória. Tivemos a ajuda
de uns turistas italianos na melhor foto. Pelo enquadramento, pela situação,
pelo fotógrafo, pelas fotografadas. Ai aqueles italianos…
Veio o congresso. Queríamos ser
discretos, acabámos na mesa de honra. Bem que tentávamos passar despercebidos
mas vinham falar connosco, fazer perguntas, convites especiais. Estava a
precisar de ouvir “saber” e aliar isso ao aconchego dos amigos tornou-o fantástico.
Os trocadilhos, os olhares indiscretos, os risos abafados, as danças, as noites
longas que acumulavam com dias cheios. Sem dúvida que soubemos bem aproveitar.
A despedida foi rápida. Só para
quem via porque para nós, mesmo assim, foi interminável. Porque tivemos o gosto
de não ter um oceano pelo meio, de sabermos que apesar de diferentes a amizade
não muda, que os abraços são calorosos, que as palavras são completadas com
olhares.
Ainda não te tinhas ido embora e
já tinha saudades. No próximo mês voltamos a estar. Mas mesmo isso não
facilita. Mas é a isso que me agarro agora. Já conto novamente os dias.
A A. veio.
São essas pessoas que fazem sentido estar nas nossas vidas. A A. é uma delas ;) Contente por estares tão radiante com o vosso reencontro, a amizade é cada vez mais rara nos dias ;)
ResponderEliminarComentei com o meu mail antigo, já me aconteceu uma vez, esse AEMV-UTAD é meu :)
ResponderEliminar