Não sei como se conheceram, não sei o seu percurso. Encontrei-me com eles poucas vezes. Descrevo o que me pareceu, o que ouvi, o que vi.
Conheci-os quando já namoravam há muito tempo. Provavelmente desde os tempos de escola.
Ele parece tímido mas trabalhar no bar dos pais deve-lhe ter trazido alguma desenvoltura. Ela era linda e nada envergonhada. Dava simplesmente nas vistas, pela personalidade que transparece na beleza exterior.
Ela foi estudar fora. Está no último ano. Quando regressava estavam sempre juntos. A ele só se via nas festas, no café, na discoteca, com ela.
Pareciam imensamente apaixonados. Quando se nota nos sorrisos, nos olhares.
Avisaram-no de uma traição. De várias traições. Ele reagiu impavidamente. Porque, respondeu ele, sabia que ela seria o melhor que lhe ia acontecer.
Vai haver quem lhe chamará nomes feios, que condenará a sua apatia, que o congratulará pelo amor incondicional, que será complacente por sentir o mesmo, que lhe tentará fazer olhar para a situação com outros olhos, que lhe falará de amor-próprio, que compreenderá, que não aceitará, que se colocará na mesma situação e visualizará as suas ações.