Fui rocha em tempo, e fui no mundo antigo
tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onda, espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo...
Rugi, fera talvez, buscando abrigo
Na caverna que ensombra urze e giesta;
O, monstro primitivo, ergui a testa
No limoso paúl, glauco pascigo...
Hoje sou homem, e na sombra enorme
Vejo, a meus pés, a escada multiforme,
Que desce, em espirais, da imensidade...
Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.
Evolução, Antero de Quental in Sonetos
Lindo :)
ResponderEliminarDescobri-o há pouco tempo e reservei-o para hoje :)
EliminarAdoro! Perfeito para o dia de hoje :)
ResponderEliminarTambém achei :)
EliminarQuer-me parecer que já tinha lido uma referência qualquer a este poema, algures no Passado deste blog... Ehehe.
ResponderEliminarMuito boa escolha, Junto à Janela!
É muito provável que tenhas razão!
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