quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Primeiras Vezes


O que nos tira da nossa zona de conforto é o que nos faz avançar.

Verificamos que o poderíamos ter feito mais cedo, sem medos de parecer pateta ou desadequado.

O difícil é fazer algo pela primeira vez. Depois torna-se conhecido e entranha-se.
 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Reações Químicas


Há vezes em que nada muda mas chegamos a um ponto de saturação. Simplesmente não conseguimos absorver mais nada. 

O corpo e a mente dilatam. Despertam a qualquer trigger point.

E subitamente atinge-se o ponto de ebulição. Quando nada volta a ser como era. 

Tudo muda, tudo se transforma.


domingo, 26 de janeiro de 2014

Carrosséis e Montanhas-Russas


Esta semana foi uma verdadeira montanha-russa emocional. Apesar de me parecer que continuo num carrossel que não pára mas volta ao mesmo sítio, estanque, sem outro destino.

Chorei como já não o fazia. Soluçando sozinha, na almofada. Com a minha mãe com quem só desabo quando já não aguento mais.

Enraiveci. Talvez porque apesar de tantas vezes o ter feito há quem ainda me continue a desiludir.

Surpreenderam-me com a sua generosidade. Sou cínica e continuo à espera da contrapartida.

As oportunidades surgiram apressadamente mas depressa, pensadas, desvaneceram-se.

Fizeram-me sentir útil. Tiveram palavras simpáticas.

Voltei a sentir necessidade de rezar. Do nada, dei por mim a proferir orações, palavras memorizadas há anos que algures deixaram de fazer sentido. 

O corpo começou a ressentir-se dos pesadelos.

Senti-me mal por me sentir pessimamente.

Descomprimi, deixei-me levar.

Todas as emoções foram largamente amplificadas.

Pouco verbalizei. Guardei muito para mim.

Voltei a ter esperança embora o desenrolar possa ainda não acontecer.

A sensação de rodar na chávena, no carrossel, já não é assim tão agradável como quando era uma miúda despreocupada e inclinava a cabeça para trás, sentindo o vento.

sábado, 25 de janeiro de 2014

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Talvez Saiba


Que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.


Luís Vaz de Camões

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sai da Frente


Há pessoas que violam o nosso espaço pessoal.

Pessoas que numa conversa cordial agitam as mãos e quase nos dão um tabefe, tocam-nos nos braços e ombros, chegam tão perto que consigo ouvir o batimento cardíaco, já para não falar no hálito.

Por momentos penso que poderão ser surdas, ou ter problemas de visão, talvez gostem do nosso perfume... Há outra explicação?


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Just Friends

Tenho amigos homens que serão sempre amigos.

O engraçado é que são giros que se fartam mas como os sempre os vi quase como irmãos nunca houve nenhuma atração para algo mais do que uma amizade.

Tenho consciência que eles são fantásticos como pessoas e seriam ótimos namorados mas simplesmente é uma situação muito estranha imaginá-los como tal.

Talvez só me tenha apercebido quando confrontada com isso por outras pessoas. Perguntam-me se sinto algo mais, se há ou houve "história"...

Confesso que houve namoradas ciumentas mas nós temos sobrevivido. (E por muitos anos espero!).

Conversamos, desabafamos e rimos imenso. 

Somos amigos! 
Só amigos?
Só?! Muito!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Cólo

Desilude toda a gente, nunca te desiludas a ti.

Sou muito conscienciosa sobre desiludir os que me são queridos, mais do que a mim. 

Mas quando tomo decisões que afetam a minha vida, e inerentemente a deles porque se preocupam, obtenho o apoio que a voz na minha cabeça quer combater. Confiam em mim mais do que eu.

Afinal não era preciso duvidar porque independentemente de tudo terei sempre o seu ombro.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Frescos



Desde pequenina que costumava ir ao mercado ao sábado de manhã com o meu pai.

Comprávamos sempre laranjas para o sumo matinal que nunca podia faltar em casa, muita fruta (adorava a banca onde comprávamos as maçãs, os irmãos eram poucos mais velhos que eu e lindos de morrer), legumes para a sopa, cenouras juntas pela ramada, alface com muitas gotas de água, e no final, flores. Normalmente gerberas ou rosas nas ocasiões mais especiais.

Carregávamos os sacos cheios e pesados até ao carro mas a mim parecia-me que tinha estado na horta a colher. E no fundo estava. Não na minha horta (que também tivemos anteriormente), mas numa horta comum, de todos.

Agora não há mercado por aqui. As hortas são todas individuais, nas casas de cada um. Já me ofereceram tomates mas sinto falta de um local que cheire a fresco, que me sinta segura, o ano inteiro.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Amar o Amor


Talvez só esteja apaixonada pela sensação de amar alguém.

Por aquele arrepio que nos percorre enquanto sorrimos por qualquer gesto.

Das borboletas no estômago e cartas de amor mentais.

Talvez só ame o amor.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

As Severas


Há pessoas que apreciam a rispidez.

Não gostam de simpatias nem floreados.

São frias e exigem ser tratadas assim mesmo numa conversa de circunstância.

O engraçado é ver a sua reação quando lhe fazem a vontade. Quase que ficam felizes por finalmente alguém perceber e lhes tratar como se exprimem.

Mas com atitudes dessas brevemente serão sempre tratadas tal como como merecem. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Feira das Profissões


Lembro-me de estar sentada nas carteiras de madeira da primária a responder à professora o que queria ser quando fosse grande.

Disse-lhe professora. 

Talvez incitada pela minha mãe que sempre que alguém me perguntava e eu calada pensava que não sabia ela adiantava-se na minha resolução.

Lembro-me que era algo muito comum. As meninas queriam ser enfermeiras, médicas, professoras. Acho que a AP queria ser hospedeira porque o pai trabalhava no aeroporto.

(É engraçado rever essas pessoas hoje e ver quantas seguiram o futuro que pensavam que queriam aos sete anos.)

Os meninos queriam ser mecânicos, advogados, jogadores de futebol, soldados. (O M. confessou-me algures nas nossas conversas que me marcaram que queria ser pescador. Ou seria o seu disfarce de Carnaval? São essas confusões de ideias que me fazem querer voltar a saber dele. Mas não posso!)

Além dos jogadores de futebol, as respostas que hoje ouvimos à mesma questão são bastante diferentes.

Ninguém, hoje, diz que quer ser professora. Talvez ainda se oiça médicos. Mas a maioria responde que querem ser cantoras, atrizes, modelos/manequins.

Não sei o que mudou entretanto.

Talvez as notícias sobre o desemprego mesmo em profissões anteriormente vistas como uma boa aposta de futuro. Talvez o deslumbramento com a fama, o desenvolvimento das revistas cor-de-rosa e a casa dos segredos.

Nada contra os atores, os cantores, porque admiro imenso a vocação e a dedicação necessária para ser bem sucedido nessa área. 

Serão os ideais aos seis anos representativos da mentalidade de um futuro?

O certo é que será igualmente engraçado descobrir no que essa geração se irá transformar.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

(Des)ilusões


Gostava de saber de ti para me desiludires.

Para não estar sempre a pensar no bom que poderia ter sido.

Porque sei que provavelmente não me farias feliz. 

Apesar de todos os momentos que guardo com carinho há os outros. Os que ficaram emaranhados e escondidos no novelo de recordações que ainda me assaltam de vez em vez. Demasiadas vezes.

Só saber por ti que não pensas em mim seria o ponto final. Sem mais suposições, sonhos ou adivinhações.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

SAPS


Tenho um problema.

Nos momentos antes de adormecer a minha mente lembra-se de pensar em tudo e mais alguma coisa.

Futilidades, sentimentos adormecidos, necessidades, pessoas, trabalhos, memórias, ânsias...

Um turbilhão que impede que aquele sono que nos faz os olhos semicerrar e não nos deixa ler mais uma frase desapareça após apagar o candeeiro da mesinha de cabeceira.

Chamo-lhe Síndrome Ansioso Pré-Sono

E é uma patologia dolorosa! 


domingo, 12 de janeiro de 2014

Sons d' Alma


O silêncio ensurdece.

Emudece.

As vozes interiores entram em conflito.

Aflito.

O pensamento atemoriza.

Relativiza.

O sentimento duvida.

Convida.

Às suposições frágeis.

Esmiuçáveis.

Num sonho imaginário.

Revolucionário.

Cenário irrealizável.

Desagradável.

Desfechos absurdos. 

Gritos mudos.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Repetição de Erros


No processo de tomar decisões, mesmo que bastante ponderadas, essas acabam por ser a escolha errada.

Só o sabemos no futuro, no decorrer da história e normalmente já não podemos voltar atrás.

O certo é que muitas vezes o mesmo tipo de decisão repete-se. Com outros traços, disfarçada.

Resta lembrar o passado e  não repetir os mesmos erros. Sem mais desculpas nem hipóteses, opiniões ou reflexões.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A Perfeição é Relativa


Quando aquela pessoa é perfeita aos olhos de todos, até aos nossos, mas não é perfeita para nós.

Quando alguém que tem inúmeros defeitos é perfeito para nós.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Feridas de Guerra



Quando estou a trabalhar magoo-me.

Corto-me, espeto-me mas não sinto nada, não me apercebo.

Nem depois, ao ver as mazelas, o ardor, as consigo situar no tempo.

Qualquer dia cai-me um dedo e eu continuo.

Podia gostar da sensação de concentração que está implícita mas o certo é que depois dói.