Morreu Miep Gies. A mulher que generosamente acolheu Anne Frank.
O seu desaparecimento fez-me pensar que ela seria a última boa pessoa (conhecida) viva. Depois do Papa João Paulo II ela era para mim um genuíno anjo na Terra. Não me consigo lembrar de mais ninguém despretensioso dos seus actos. E não tem nada a ver com religião.
As figuras públicas que fazem caridade de revistas não me convencem totalmente. Sei que uma Oprah e um Bono que dão milhões da sua fortuna para ajudar quem não tem e investem no futuro de crianças condenadas à pobreza é louvável mas não consigo equiparar as suas acções. Uns Jolie/Pitt’s e Madonnas que adoptam crianças e mudam as suas vidas também são meritórios de elogios mas será a mesma coisa do que trair um regime que certamente a mataria se descobrisse?
Sei que a história está repleta de heróis e a minha memória de ervilha está a revelar-se, mas hoje a notícia pôs-me a pensar se conseguiria fazer o que ela fez. Sei que não. A coragem é algo que dou muito valor e quando for grande quero ser corajosa.
Posso estar a ser muito injusta mas sinceramente não me lembro de mais ninguém a quem eu gostaria de apertar de mão, porque acredito que se os conhecesse pessoalmente algo mudaria no meu mundo.
As boas acções são óptimas desde que bem intencionadas e qualquer que seja, por mais pequena e insignificante deve ser motivo de alegria principalmente porque são cada vez mais raras. No nosso dia-a-dia sei que ainda há muitos heróis…
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