sexta-feira, 5 de março de 2010

Muito ficará por dizer mas precisava de me expressar sobre o bullying



Como dá para perceber gosto imenso de relembrar momentos da minha infância e adolescência. Olhando para trás foram óptimos momentos. Claro que houve alturas em que parecia que o mundo ia desabar mas fez parte do exagero de fases que toda a gente vive. Os momentos maus existiram mas os bons camuflaram-nos e sobressaíram-se.
É por isso que o caso do menino que se atirou ao rio porque já estava farto não me sai da cabeça. Aquela criança não suportou os abusos sucessivos na sua fresca vida. E não foram adultos que os causaram. Foram igualmente crianças. Será a malvadez algo inato? Como se explica que existam pessoas mesmo que pequeninas tão más que perseguem e têm necessidade de provocar o mal aos outros? Dizem que as crianças são cruéis. Tentar contra a saúde física ou mental dos outros é muito cruel. Fazer com que eles próprios se culpabilizem é atroz.
E onde andam os adultos? A família do abusado, a do abusador, os auxiliares escolares, professores, directores? Por que é que têm que ser outras crianças a defender o amigo? Porque estas não têm medo de represálias, de trabalho a denunciar, de os demover de disparates de por termo à vida, de lutar. Mas serão capazes de actos eficazes? Terão a maturidade necessária para a resolução sem sequelas? Quero acreditar que o serão muitas vezes mas noutras não. Estes não fecham os olhos nem viram a cara ao problema. É triste verificar que a sociedade se demitiu de todos os valores que sejam referentes aos outros. Muitos será por medo. Houve uma inversão de pressupostos e os adultos têm medo das crianças.
Como será o futuro destas crianças? Das que sofrem, das que se divertem com o sofrimento dos outros? Serão adultos saudáveis?
E que motivos despoletam estas acções? Inveja. Ser diferente. São as diferenças que nos tornam especiais. A pessoa é singular e não plural.


Quando andava na escola também havia bullying. Havia imensos grupinhos mas na generalidade as coisas resolviam-se bem. Por haver imensos geeks, populares, betos, todos acabavam por saber que todos tinham a sua individualidade e as coisas não eram sustentadas. O que mudou?

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