domingo, 26 de janeiro de 2014

Carrosséis e Montanhas-Russas


Esta semana foi uma verdadeira montanha-russa emocional. Apesar de me parecer que continuo num carrossel que não pára mas volta ao mesmo sítio, estanque, sem outro destino.

Chorei como já não o fazia. Soluçando sozinha, na almofada. Com a minha mãe com quem só desabo quando já não aguento mais.

Enraiveci. Talvez porque apesar de tantas vezes o ter feito há quem ainda me continue a desiludir.

Surpreenderam-me com a sua generosidade. Sou cínica e continuo à espera da contrapartida.

As oportunidades surgiram apressadamente mas depressa, pensadas, desvaneceram-se.

Fizeram-me sentir útil. Tiveram palavras simpáticas.

Voltei a sentir necessidade de rezar. Do nada, dei por mim a proferir orações, palavras memorizadas há anos que algures deixaram de fazer sentido. 

O corpo começou a ressentir-se dos pesadelos.

Senti-me mal por me sentir pessimamente.

Descomprimi, deixei-me levar.

Todas as emoções foram largamente amplificadas.

Pouco verbalizei. Guardei muito para mim.

Voltei a ter esperança embora o desenrolar possa ainda não acontecer.

A sensação de rodar na chávena, no carrossel, já não é assim tão agradável como quando era uma miúda despreocupada e inclinava a cabeça para trás, sentindo o vento.

6 comentários:

  1. A vida é mesmo assim, cheia de altos e baixos! Que os altos te dêem sempre força para os baixos.

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    1. Normalmente quando estamos nos altos não nos lembramos tão facilmente que existem baixos...

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  2. Há dias em que me apetecia mesmo voltar a ser miúda, para poder rodar na chávena do carrossel sem preocupações.... Valha-nos a força de vontade e a capacidade de deitar para trás das costas o que não nos ajuda a crescer nem nos puxa para a frente!

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    1. É necessária alguma persistência e clareza para conseguir deixar essas amarras e seguir em frente.

      Bem-vinda!

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  3. fui-me identificando com descrição da semana "montanha-russa" e chegando ao final reparei que qdo criança nunca gostei de andar de carrocel, era coisa para me deixar sempre enjoada... daqui não devo tirar grandes conclusões à forma como hoje levo a vida, sendo que a levo procurando enjoar-me cada vez menos... :). A semana passada foi mesmo uma montanha-russa, qdo pensei que já tinha o "chão" do sofrimento nivelado e que dali não passava, senti que talvez não, que podem sempre haver acontecimentos que nos abanam as emoções ao ponto de nos desorientarem para lá do que esperamos. Tive uma oportunidade para tentar repor a minha verdade e fiz-me a ela. Tudo serenou brutalmente de um extremo ao outro. Além de ver o efeito que pode ter um simples equivoco, e porque felizmente foi um equivoco, pude repor a normalidade, sendo que não é possível ignorar tudo o que passei, senti, disse e não disse, do que reagi e não reagi (por me ter limitado a pensar). Reconheci-me numas coisas, conheci-me noutras e o mesmo relativamente ao outro. Ainda estou a processar tudo mas assim de repente tomei uma consciência mais nítida dos passos que estou a dar...
    escrevo isto para partilhar um pouco da minha experiencia e para te dizer que reflitas sobre o que te acontece tendo presente que é para dar lugar a algo melhor... bem sei que nos momentos mais complicados mesmo que nos lembremos disto, queremos lá saber disso para alguma coisa, mas depois qdo as coisas serenam é importante acreditar ;)

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    1. Muito obrigada pela partilha!
      É interessante ver que quando estamos no pico mais alto de consternação, desconforto ou sofrimento no momento seguinte pode surgir uma calma enorme. Talvez pela resolução na nossa alma apesar de ainda não a sentirmos.
      Apesar de quando estamos mal raramente há algo que nos anima é sempre bom saber que de uma maneira ou de outra iremos superar.
      Vamos acreditando :)

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